terça-feira, janeiro 19, 2010






 



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Família e Tradição


 A criança samurai

   Todo samurai considera ponto de honra ele próprio cuidar da educação de seus filhos, com a indispensável ajuda de sua esposa. A educação que a criança recebe por seus pais tem por finalidade moldar suas almas com os princípios da classe guerreira, tais quais: lealdade e devoção ao senhor, coragem, auto-disciplina e destemor da morte, para que assim os filhos do samurai se tornem dignos de seu nome. Desde os 5 anos de idade as crianças já aprendem a manejar o arco-e-flecha atirando contra alvos ou em caçadas, sob a orientação paterna. Posteriormente treinam também a equitação - indispensável ao bom samurai.A educação possuía 2 ramos essenciais:
A escrita chinesa e conhecimento de clássicos japoneses e chineses, e, o manejo de armas. Aos 10 anos de idade, a criança ficava durante 4 ou 5 anos recebendo educação intensiva. Isso consistia no treinamento da caligrafia, matérias gerais e exercícios físicos. A noite era reservada para a poesia e a música (os samurai tocavam o "Shakuhachi", a flauta de bambu japonesa). A leitura consistia em crônicas de guerra, história antiga, coleções de máximas, etc... todos destinados a moldar uma mentalidade marcial no jovem samurai.
Aos 15 anos, o samurai é reconhecido como adulto. Nessa idade ele passa pela cerimônia do "Genpuku", através da qual é confirmada sua nova condição adulta. A partir daí ele passa a portar também duas espadas de verdade à cintura e tem de obedecer ao Bushidô (código de honra). Há também uma mudança em sua aparência, tanto no penteado como na forma de vestir-se.



O casamento

O casamento era mais uma união de interesses do que uma união amorosa. Muitas vezes o casamento era arranjado pelos pais, mas com o consentimento dos jovens. Segundo velhos costumes, muitas vezes as preliminares eram confiadas a um intermediário.No caso da mulher do samurai ser estéril, o marido tem por direito uma segunda esposa, para que esta possa lhe dar descendentes. A partir do século XV esse costume vai desaparecendo, prevalecendo assim a monogamia. É importante ressaltar também que o homossexualismo era prática considerada normal entre os samurai, apesar de não haver casamentos entre eles.



 Sucessão

Por tradição, o herdeiro do samurai tende a ser o seu filho primogênito. Entretanto isso não chega a ser regra, pois o mais importante para o samurai é escolher o filho mais apto a ser bom guerreiro, e a defender o nome de sua família. Na ausência de um herdeiro homem, ou se o samurai achar que nenhum de seus filhos é digno de honrar o nome de sua família, ele pode recorre à adoção (chamada Yôshi), geralmente de um parente ou genro.O processo de adoção surge da necessidade primordial do samurai de encontrar um herdeiro capaz de honrar e cultuar os seus antepassados, e proteger o nome e as posses de sua família contra eventuais rivais. O herdeiro tem por função sustentar seus irmãos e irmãs, que se tornam seus dependentes após a morte de seu pai.



A mulher do samurai

Na classe dos bushi, a mulher ocupa importantes funções, apesar de não possuir autoridade absoluta. Tem de cuidar da cozinha e das roupas de todos os membros da casa. Outra função importante era a educação das crianças, era de sua obrigação instruí-los sobre os ideais da classe samurai e princípios básicos do budismo e confucionismo. Toda a educação dos filhos era supervisionada pelo marido. Quando o samurai não se encontrava em casa, o que acontecia com freqüência, a mulher assumia o controle do lar. Isso incluía, além dos trabalhos domésticos, a defesa do lar. Em tempos de guerra, se a casa do samurai fosse atacada, a mulher tinha por função defendê-la com as próprias mãos, usando uma espécie de espada denominada naginata ou atiravam com arcos. A mulher também tinha de servir ao seu marido, sendo fiel e compenetrada em suas funções. Além de tudo isto, elas não se esqueciam de sua feminilidade e vaidade. Cuidavam muito de sua aparência, gostavam de manter a pele clara, arrancavam sobrancelhas, vestiam-se com luxo e usavam cosméticos, tais qual o batom e o pó-de-arroz.








                       Esclarecimentos feitos por   

                                                       Osvaldo Fontoura Neto
                                                  Bujutsu Sensei

                                                                   Domo Arigato Shidoshi



                                       

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domingo, janeiro 17, 2010




A Nobreza da Arte...

e o Entendimento do Caminho...



A diferença entre luta e Arte Marcial é o refinamento...

Refinamento dos movimentos do corpo, da mente, das formas de pensar e agir.

Dar um soco é luta...
Saber como dar o golpe, porque aplicá-lo, onde e como é Arte Marcial.

Agredir é luta...
Tomar o controle da situação e decidir a melhor atitude a ser tomada, de forma consciente, com total controle mental e emocional, sem se deixar dominar por ego, adrenalina ou medo é a pura essência da Arte Marcial.

Agir como um cavalheiro para impressionar aos demais é também uma forma de luta...
Ser um cavalheiro para agradar-se a si, sem preocupação com a inveja ou respeito que isso possa ocasionar nos demais é ser de fato um artista marcial.

Dedicar-se é luta...
Viver, respirar, dedicar cada pensamento, movimento e hora do dia a evoluir, sem preocupar-se em superar aos outros, mas sempre dando sangue para superar a si mesmo, superando a dor ao ponto de não lhe atribuir importância, abraçar a morte como a um irmão abrindo assim os olhos à vida sem temor, esperançoso de viver ao extremo é a maravilhosa essência da Arte Marcial!
                          



                             Um abraço à todos!!!
                                                                                     

                                  Osvaldo da Fontoura Neto 
                                Bujutsu Sensei









Agradeço, e sinto-me privilegiada,por ter aqui presente, 
o Espírito das suas palavras...

Domo Arigato Shidoshi


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"Senki" 

(Espírito de luta)

escrito por

Miyamoto Musashi 
Sensei




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Conta-se que um grande militar,
 

desejando se espiritualizar, escolheu um
 

sábio religioso e lhe perguntou::
 

-Onde começa o inferno?
 

 O pensador experiente meditou e falou:
 

 - Porque um homem sem escrúpulos, 

deseja saber onde começa o inferno? 

Cheio de armas destruidoras de vida, 

acerca-se de mim para perguntas tolas. 

O que espera que lhe diga, eu, 

que sou um homem de paz e justiça?
 

 Antes que continuasse, o militar o interrompeu,
 

levantando a espada e exigindo, 

cheio de raiva,
 

que o sábio o respeitasse.
 

 Sem nenhum receio, o homem velho esclareceu:
 

-Aqui começa o inferno: na raiva descontrolada.
 

 O guerreiro compreendeu e, 

num gesto rápido,
 

tornou a colocar a espada na bainha, 

pedindo desculpas.
 

O sábio então o esclareceu:
 

- Homem, neste teu gesto, começa o céu...







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Disciplina e Tradição






   A grande diferença que percebo desde o início de minha formação, entre Artes Marciais Tradicionais e Esporte Marcial é o que muitos chamam "filosofia", porém o termo me parece equivocado, pois mais adequados ao Budô estariam disciplina e tradição. A "Arte Marcial" quando levada a sério, compreende os princípios da disciplina e da tradição, o "esporte marcial" cada vez mais se afasta destes valores buscando antes o lado financeiro e prático.
 - Financeiro, visando antes extrair do aluno que adicionar ( não importa o quanto o aluno aprendeu ou a qualidade do que aprendeu, mas sim o quanto pagou de mensalidade, troca de faixa, torneios, seminários...).
 - Prático, preparando o lutador sem explicar para o que, ou preparando para um "torneio", e não para a vida, trazendo com isso confusão onde deveria haver esclarecimento.

Qual a diferença prática?
 

Disciplina e Tradição Marcial não reside, tão somente, em um Mestre cobrar um Dogui limpo e alinhado, uma saudação antes de uma luta, reverenciar um Dojo onde se pratica ou não, mas ensinar a erguer-se quando a vida nos faz fracos, a diferença entre tratar o seu avô como um fraco, ou alguém que foi forte o bastante para enfrentar a vida e servir-lhe de exemplo, entre lutar para proteger alguém indefeso, ou espancar com seus amigos um inocente só para mostrar para os outros o quanto é "destemido", ainda que não convença a si próprio!
Tradição é manter valores, ainda que os mesmos estejam desacreditados e fora de moda. Disciplina é despertar a consciência, é superar a dor, medo e cansaço, é ser senhor de si mesmo.
Quem dominar estes valores vai ser forte não só o suficiente para enfrentar uma agressão, torneio ou treinamento rigoroso, vai ser forte para enfrentar a vida e não acabar morto em uma cela de prisão porque "teve um desequilíbrio mental", ou em uma briga de carnaval porque "desrespeitou a mulher alheia" ou com uma faca nas costas do irmão do inocente que espancou, e quando morrer vai saber porque viveu, não tendo na morte uma implacável inimiga.







                                               

Palavras de Osvaldo da Fontoura Neto 
Bujutsu Sensei
                                                                       
Domo Arigato Shidoshi 



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Bushi e Daishô







Bushi e Daishô 








Daishô
( Katana e Wakizashi)






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       O Samurai



   Os Samurai foram os guerreiros do antigo Japão feudal. Existiram desde meados do século X até a era Meiji no século XIX. O nome “Samurai” significa, em japonês, “aquele que serve”, portanto, sua maior função era servir, com total lealdade e empenho, os Daimyo (senhores feudais) que os contratavam. Em troca disso recebiam privilégios, terras e/ou pagamentos, que geralmente eram efetuados em arroz, numa medida denominada koku (200 litros). Tal relação de suserania e vassalagem era muito semelhante à da Europa medieval, entre os senhores feudais e os seus cavaleiros. Entretanto, o que mais difere o Samurai de quaisquer outros guerreiros da antiguidade é o seu modo de encarar a vida e seu peculiar código de honra e ética. Inicialmente, os Samurai eram apenas coletores de impostos e servidores civis do império. Era preciso homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses.
Posteriormente, por volta do século X, foi oficializado o termo “Samurai”, e este ganhou uma série de novas funções, como a militar. Nessa época, qualquer cidadão podia tornar-se um Samurai, bastando para isso adestrar-se nas artes marciais, manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi até o xogunato dos Tokugawa, iniciado em 1603, quando a classe dos Samurai,  passou a ser uma casta. Assim, o título de “Samurai” começou a ser passado de pai para filho. Após tornar-se um Bushi (guerreiro samurai), o cidadão e sua família ganhavam o privilégio do sobrenome. Além disso, os Samurai tinham o direito (e o dever) de carregar consigo um par de espadas à cintura, denominado “Daishô”: um verdadeiro símbolo Samurai. Era composto por um "Wakizashi"(espada pequena), cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e um grande, o"Katana", com lâmina de 60 cm. Todos os Samurai dominavam o manejo do arco e flechas. Alguns usavam também bastões, lanças e outras armas mais exóticas. Talvez o que mais fascine os ocidentais no estudo desses lendários guerreiros é a determinação que eles tinham em freqüentemente escolher a própria morte ao invés do fracasso. Se derrotados em batalha ou desgraçados por outra falha, a honra exigia o suicídio em um ritual denominado Seppuku* (veja nota no rodapé da postagem).Todavia, a morte não podia ser rápida ou indolor. O Samurai fincava a sua espada pequena no lado esquerdo do abdômen,cortando a região central do corpo, e terminava por puxar a lâmina para cima, o que provocava uma morte lenta e dolorosa que podia levar horas. Apesar disso o Samurai devia demonstrar total autocontrole diante das testemunhas que assistiam o ritual. A morte, nos campos de batalha, quase sempre era acompanhada de decapitação. A cabeça do derrotado era como um troféu, uma prova de que ele realmente fora vencido. Por causa disso, alguns Samurai perfumavam seus elmos com incenso antes de partirem para a guerra, para que isso agradasse o eventual vencedor. O Samurai que matava grandes generais era recompensado pelos seu Daimyo, que lhe dava terras e mais privilégios. Ao tomar conhecimento desses fatos, os ocidentais geralmente avaliam o Samurai apenas como um guerreiro rude e de hábitos grosseiros, o que não é verdade. Os Samurai, destacaram-se também pela grande variedade de habilidades que apresentaram fora de combate. Eles sabiam amar tanto as artes como a esgrima, e tinham a alfabetização como parte obrigatória do currículo. Muitos eram exímios poetas, calígrafos, pintores e escultores. Algumas formas de arte como o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá) eram também consideradas artes marciais, pois treinavam a mente e as mãos do Samurai. O caminho espiritual também fazia parte do ideal de homem perfeito que esses guerreiros buscavam. Nessa busca os Samurai descobriram o Zen-budismo, como um caminho que conduzia à calma e à harmonia.












Nota:   Seppuku* é também conhecido, vulgarmente como Harakiri

Muito embora, Harakiri seja a palavra mais usada,tem um tom 
deselegante, por se tratar única e simplesmente do ato em si; já 
Seppuku torna-se então a expressão correta, por ser esse o nome 
dado à todo um ritual, no qual está inserido o ato do Harakiri."



- Esclarecimento gentilmente feito por
        
           Osvaldo da Fontoura Neto 
       Bujutsu Sensei
         

      Domo Arigato Shidoshi

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 O Bushi e o Do



   Bushido significa literalmente, "caminho do guerreiro" - é um código de honra não-escrito e um modo de vida para os Samurai (a casta guerreira do Japão feudal ou Bushi), que fornecia parâmetros para esse guerreiro viver e morrer com honra."Seguir o Bushido, é dar ênfase à lealdade, fidelidade, auto sacrifício, justiça, modos refinados, humildade, espírito marcial e honra acima de tudo, morrer com dignidade".
 Bushido é formado e influenciado pelos conceitos do Budismo, Xintoísmo e Confucionismo. A combinação dessas doutrinas, formaram o código de honra do guerreiro Samurai. O Budismo se relaciona com o Bushido, através do destemor do perigo e da morte. O Samurai não teme a morte pois acredita nos ensinamentos budistas, que pregam a vida após a morte, voltando no encargo de guerreiro em suas contínuas reencarnações. Os Samurai não temem o perigo, as técnicas de meditação do Zen, foram e são usadas como um meio de limitar esse temor. Com os ensinamentos Zen, os Samurai buscam entrar em harmonia com seu Eu interior e com o mundo a sua volta. O desapego é a base do Samurai, com essa prática, a casta dos Samurai,veio a se tornar, a  maior casta de guerreiros que já existiu. O Bushido foi influenciado também, pelos preceitos do Xintoísmo, como a lealdade, o patriotismo, e a reverência aos seus antepassado. Com tal lealdade para com a memória de seus ancestrais, os Samurai empenham essa mesma reverência ao Imperador e ao seu Daimyo ou senhor feudal. O Xintoísmo também fornece importância para patriotismo com seu país, o Japão. Eles crêem que a Terra não existe apenas para suprir as necessidades das pessoas. "É a residência sagrada dos deuses, dos espíritos de seus antepassados..." A Terra deve ser cuidada, protegida e alimentada por um patriotismo intenso. O Confucionismo oferece ao Bushido, sua crença em relação aos seres humanos e suas famílias, ressalta o dever filial e as relações entre senhor e servo, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e mais novo e entre amigos, que são seguidas pelos Samurai. Junto com estas virtudes, o Bushido também prega a justiça, benevolência, amor, sinceridade, honestidade, e autocontrole. Justiça é um dos principais fatores no código do Samurai, assim como o amor e a benevolência que são suntuosas virtudes em um Samurai.
 Bushido, literalmente traduzido, significa "Caminho do Guerreiro", Bushi "guerreiro" Do "caminho". Neste sentido, o ideograma para caminho, em japonês, é equivalente à forma chinesa “Tao”, e exprime o conceito filosófico de absoluto. Este conceito traz a idéia de origem, princípio e essência de todas coisas."O Bushido, significa a vida total do guerreiro, sua devoção a espada, seu respeito às normas ditadas pelo Confucionismo. Não é apenas um sistema de ética a ser seguido pelas classes sociais. É a estrada do cosmo, os vestígios sagrados dos Céus, apontando o Caminho". – O Livro Dos Cinco Anéis.
No geral, Bushi é aquele que busca seu próprio caminho. Muitas pessoas podem estar perfeitamente buscando o caminho sem saber disso. Guerreiro é aquele que tem um objetivo, e que por meio deste, passa a ter consciência de seu dom e suas limitações. Através dessa consciência, o guerreiro atinge sua meta, combinada com a vontade de vencer fraquezas, temores e limitações. Cada pessoa trilha seu próprio caminho, já que existem vários caminhos como o caminho da cura pelo médico, o caminho da literatura pelo poeta ou escritor, e muitas outras artes e habilidades. Cada pessoa pratica de acordo com a sua inclinação. Por isso pode-se chamar de guerreiro, aquele que segue seu caminho específico. Porém, no Bushido, a palavra Bushi (guerreiro) significa muito mais do que isso. O termo Bushi não pode ser designado a qualquer um. O Bushi é diferente, pois seus estudos do caminho baseiam-se em superar os homens. A casta guerreira se distingue das demais por sua fidelidade e honra, a palavra do guerreiro vale mais do que tudo."Quando o guerreiro assume uma responsabilidade, mantém sua palavra. Os que prometem e não cumprem, perde respeito próprio, tem vergonha de seus atos e sua vida consiste em fugir, gastam mais energia dando desculpas para desonrar sua palavra, do que o guerreiro usa para manter seu compromisso. Ás vezes o guerreiro assume uma responsabilidade que resultará em prejuízo. Não torna a repetir esta atitude, mas honra o que disse e paga o preço de sua impulsividade".
O caminho do guerreiro é o caminho da pena e do Katana (espada), esse conceito vem do antigo Japão feudal e determinava que o Bushi dominasse tanto a arte da guerra quanto a leitura, e que ele deve apreciar ambas as artes. O Bushi deve aprender o caminho de todas as profissões, se informar sobre todos os assuntos, apreciar as artes e quando não estiver ocupado em suas obrigações militares, deverá estar sempre praticando algo, seja a leitura ou a escrita, armazenando em sua mente a história antiga e o conhecimento geral, comportando-se bem a todo momento para ter uma postura digna de um Samurai, tudo isso sem desviar do verdadeiro caminho, o Bushido. A etiqueta deve ser seguida, todos os dias da vida cotidiana, assim como na guerra. Sinceridade e honestidade são as virtudes que avaliam suas vidas. Transcender um pacto de fidelidade completa e confiança esta ligado à dignidade. Os Samurai também precisavam ter autocontrole, desapego e austeridade para manter sua honra, em função disso, podemos dizer que o Samurai é o guerreiro completo e seu código de honra - o Bushido - tem forte influência no estilo de vida do povo japonês e oferece uma explicação do caráter e da indomável força interior desse povo.

Para o Bushi, o caminho do guerreiro  é a aceitação resoluta da morte, Miyamoto Musashi dizia: - "Os homens devem moldar seu caminho. A partir do momento em que você ver o caminho em tudo o que fizer, você se tornará o caminho."




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As Sete Pregas do Hakama







                                                Chu - Dever e Lealdade
 
 “Primeira” dentre todas as virtudes do samurai estava a “Lealdade”. Todos dentro da estrutura Samurai tinham um mestre a quem deviam a sua lealdade. Mesmo o Shogun, que estava no “topo da pirâmide”, devia lealdade aos Deuses, e carregava o dever de fazer o que ele acreditava que os Deuses determinavam. Cada um deles precisava submeter suas próprias vontades à vontade de seu mestre. Isto, mais do que qualquer outra coisa é o motivo porque eles não eram simplesmente chamados de “Bushi” - “guerreiros” - mas de Samurai ,“aquele que serve”. No mundo moderno, ocidental, nós vemos geralmente a lealdade como algo que é dado. No Japão feudal era algo ganho, era a finalidade de viver. “Se a vontade dele apenas deixasse o seu mestre em primeiro lugar em importância”, explica o Hagakure, “seus familiares se alegrariam, e os  Deuses e Buda dariam seus consentimentos. Para um guerreiro não há nada mais do que pensar em seu mestre.” Se, por sua vida e morte, você serviu bem seu mestre, então você viveu uma vida boa. Nenhum objetivo pessoal ou satisfação poderiam se igualar a esse serviço.




                                                Gi - Justiça e Moral

A concepção de moralidade do Samurai não era a mesma concepção ocidental de evitar o pecado. Era mais uma questão de escolher suas ações baseados nos conhecimentos racionais de certo e errado, e de não oscilar na decisão. Emoções nos levam a oscilar. Sentimentos egoístas nos afastam do caminho justo, e a generosidade pode também nos afastar de fazer o que nós sabemos em nossas mentes o que é correto. Ambos são exemplos de fraquezas. Se moralidade é agir com princípios, apesar dos interesses pessoais, então talvez, justiça é fazer a escolha com princípios quando nenhum interesse próprio está envolvido. Na ética Samurai estes eram, realmente, os mesmos conceitos. Se você soubesse o que era certo, você tinha que fazer aquilo. A força de transformar aquele conhecimento em ação era essencial para um guerreiro, assim como é para qualquer pessoa justa de moral.


                                                                                                  

                                                Makoto - Sinceridade Completa

 Sinceridade pode ser entendida como uma forma de grande verdade. No mundo moderno, nós geralmente entendemos que suas palavras são verdadeiras com seus sentimentos. Mas no mundo Samurai, isso quer dizer algo muito mais além de ser alcançado: que suas ações devem ser verdadeiras com as suas palavras. Não era simplesmente uma expressão verdadeira do estado de sua mente; era uma promessa. Uma expressão de simpatia era julgada vazia a menos que fosse acompanhada de uma ação. A palavra de um Samurai era literalmente seu vínculo. Onde a cultura Judia-Cristã considerava a mentira como um pecado, para os olhos de um Samurai, era fraqueza. Então, igualmente, era um equívoco. Um homem ou uma mulher forte deveriam falar a verdade, e ter a coragem de viver com ela e por ela.




                                                         

                                                          Rei - Educada Cortesia *

Os costumes japoneses de educação são renomados ao mundo afora. Para algumas culturas, eles parecem extremos e difíceis de serem entendidos. “Cortesia” é uma expressão de completa simpatia. Ela floresce do mesmo ideal da “regra de ouro” Cristã, mais é levada para um alto grau de “atenção”. “Cuidado” é não fazer nada que possa fazer com que uma outra pessoa se sinta confusa, ou na obrigação de retribuir. Se dois conhecidos se encontrassem na chuva e somente um tivesse um guarda-chuva, qual é a atitude cortês de se fazer? Ele poderia dar o seu guarda-chuva para a pessoa desprotegida, mais isso poderia fazer com que a pessoa que recebesse se sentisse no dever de aceitar. Ele poderia dividir o guarda-chuva se eles fossem amigos íntimos, mais caso contrário, isso poderia fazer com que o outro aceitasse uma situação de proximidade, o que poderia trazer um certo desconforto. Aquele com o guarda-chuva, então o abaixaria, para dizer ao seu conhecido que ao invés de correr o risco de o colocar em uma situação embaraçosa, ele irá, alegremente, dividir a sua condição e ficaria molhado.



                                              
                                                 Jin - Compaixão

Como muitas palavras japonesas, uma única tradução direta para o português não é sempre possível. Jin pode também ser pensado como“benevolência”, uma palavra que nós derivamos do significado latin de“o bom desejo” ou “a boa vontade”. Compaixão ou benevolência eramcrenças da fundação verdadeira de liderança e, certamente, do governo. O líder benevolente tinha respeito com aqueles que ele conduzia. O príncipe ou o Shogun não precisava governar através do medo ou com brutalidade aqueles que o seguiriam dispostos. Isso é também relacionado com o conceito europeu de obrigação de um nobre - que as pessoas de altos postos criam obrigações para aqueles de posições inferiores. No caso do Samurai, isso era o reconhecimento que uma pessoa que comandou com lealdade absoluta aqueles abaixo dele na sociedade, tinha a obrigação de usar bem e de forma compassiva as vidas que ele controlava. O cultivo das artes e da poesia - para dar ao Samurai meios evidentes de expressar suas sensibilidades mais finas - era também um meio de desenvolver aqueles sentimentos. Era conhecido que sem essa sensibilidade, um homem não seria capaz de benevolência, nem compaixão.


                                                
                                               Yu - Coragem Heróica 

A coragem é admirada universalmente hoje em dia. Era o samurai diferente? Talvez somente no que eles faziam numa fria distinção entre a coragem para sua própria causa, o que eles desprezavam, e a coragem em uma causa digna. Enquanto um verdadeiro samurai não temia a morte, ele não morreria de forma leviana, nem jogaria sua vida fora simplesmente para mostrar coragem. Embora a cultura do Samurai fosse extensamente famosa pelo incentivo ao suicídio, o Samurai sabia igualmente que às vezes era necessário mais coragem para viver e o homem bravo, herói, é aquele que é forte o bastante para fazer o que é certo. A coragem era uma virtude que era ensinada desde uma idade precoce. A criança Samurai enfrentava dificuldades, e situações desconhecidas e de incertezas… e aprendia que elas poderiam sobreviver à esses momentos. O objetivo era a “própria-posse”, porque somente uma pessoa que estivesse verdadeiramente no controle de si mesma, poderia se entregar a seu mestre. Esta, naturalmente, era a virtude mais elevada.




                                                Meyio - Honra 

O conceito do Samurai da “honra” é talvez o mais difícil de descrever. A similaridade entre as palavras do português de “honra” e de “honestidade” nos conduzem para um trajeto errado. Meiyo tem mais em comum com o “bom nome” (reputação) de uma pessoa. É de algumas maneiras ligado com o conceito de “estima”. Inzo Nitobe disse que a falta disso é uma vergonha, era uma perda de identidade e apontou o quão longe poderia ir um homem para evitar a sua perda. A boa reputação dos todos os Samurai foi certamente zelada. Era considerado inaceitável se fazer qualquer coisa “que divergissem da conduta Samurai”, que pudesse enfraquecer a reputação da sua classe. Era igualmente inaceitável permitir que o nome Samurai fosse insultado. Durante o período Edo, quando os guerreiros não tinham nenhuma guerra para lutar e a honra se tornou um assunto muito discutido. Histórias sobre cidadãos inocentes que disseram ou fizeram algo, ainda que pequeno, que ofendessem o orgulho de um Samurai… brevemente se encontrariam partidos no meio. Claramente, abusos como esse indicam a força do desejo de se evitar uma vergonha. Honra era para ser protegida. Em deferimento apenas à vontade do mestre. Se o mestre comandasse uma ação desonrosa, um Samurai poderia defender a sua honra, com a mais sincera forma de protesto: O Suicídio. Mais se uma pessoa agisse de forma apropriada em todas as circunstâncias, então ninguém tinha o direito de criticá-la. A honra era, verdadeiramente, fruto da perfeição.







NOTA: Nas Artes Marciais o "rei" é uma das principais saudações; no início e término da maioria das Artes emprega-se o ritual do "reigasho"
Saudações:  "ritsu rei" (em pé), e, "rei" ou "za rei" em posição seiza
O "rei" também pode em alguns casos ser traduzido por "espírito"




             Esclarecimentos gentilmente feitos por 

Osvaldo Fontoura Neto 
Bujutsu Sensei

Domo Arigato Shidoshi


 



         

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JUSTIÇA
(GI)





 

CORAGEM
(YU)





 
BENEVOLÊNCIA
(JIN)





 
CORTESIA
(REI)





 

HONESTIDADE
(MAKOTO)





 

HONRA
(MEIYO)





 

LEALDADE
(CHU)



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